As mensagens postadas aqui são apresentadas semanalmente no programa A Hora Luterana na Rádio Central FM 104,9 de Barros Cassal.
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Meditação sobre o texto de Isaías 6.8
“Em seguida, ouvi o Senhor dizer: — Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então respondi: — Aqui estou eu. Envia-me a mim!”
O profeta Isaías no texto bíblico aparece com grande disposição se mostrando pronto e apto para servir a Deus. Ele diz com convicção: Aqui estou eu. Envia-me a mim. Deus estava pedindo um mensageiro para anunciar a salvação do povo. Era uma tarefa especial e merecia ser feita por alguém que tivesse condições para tal. Isaias não era uma pessoas diferente da maioria, apenas toma destaque depois que foi recrutado por Deus, quer dizer, se ofereceu para ser mensageiro.
Podemos pensar que Isaías não fez nada de mais, afinal ser garoto de recado qualquer um pode ser. Até porque não seria uma simples mensagem, seria um anúncio diretamente vindo de Deus e portanto, com uma grande importância. É claro que as pessoas iriam aceitar com facilidade e ouviriam em silencio. Uma tarefa dessas qualquer um de nós poderia assumir.
Porém a história não era tão simples assim. Haviam alguns complicadores nisso tudo. Isaías vivia em um tempo em que as pessoas adoravam outros deuses feitos de barro, madeira, ouro e pedra. Deuses falsos que conhecemos hoje por ídolos. Naquele tempo todos tinham grande devoção ao seu deus independente de que material era feito, inclusive haviam pessoas que adoravam ao Deus Triúno o qual nós servimos e adoramos hoje. Pai, Filho e Espírito Santo.
Junto dessa devoção, haviam radicais que, semelhante aos dias de hoje vemos em relação a times de futebol. Os torcedores ficam fanáticos e acabam extrapolando os limites. Dessa forma haviam pessoas fanáticas que faziam sacrifícios humanos e até matavam gente em adoração aos seus deuses. O pior acontecia quando alguém falava mal dos seus ídolos dizendo que não serviam para nada. Aí sim a briga estava feita.
Notem que Isaias estava pronto a anunciar a mensagem de Deus, do seu Deus e nosso Deus. O mesmo Deus dos seus antepassados que era acreditado por muitos e da mesma forma desacreditados por outros. Deveria falar a todos, independente de quem fosse sobre a verdade e poder do Deus Triúno.
E no meio das pessoas que ouviam Isaías estavam crentes e descrentes. Seguidores do nosso Deus e de Isaías e adoradores de deuses de pedra, madeira, ouro...
Agora fica um pouco mais complicada a tarefa para a qual Deus estava recrutando pessoas. Quem irá anunciar a sua mensagem? Não era tão simples assim, pois Isaías além de exaltar os seu Deus deveria desmerecer o deus dos outros alertando as pessoas de que os seus ídolos não serviam para nada. Isso certamente traria a revolta e o ódio das pessoas que adoravam falsos ídolos, sendo assim, Isaías correria risco de morte, pois haviam muitos fanáticos.
Observando o texto bíblico do profeta percebemos que não foi assim tão somente chamar e Isaías aceitou. Houve uma preparação prévia em que Deus através de seus anjos capacitou aquele homem comum tornando-o especial. Deus mesmo equipou o seu servo e o fez apto a servir com dignidade e coragem.
Deus providenciou que Isaías diante dessa tarefa soubesse que era pecador e no mesmo instante lhe perdoou os pecados o purificando de todo mal. Nessa hora ele estava pronto, preparado para anunciar a mensagem de Deus.
Servir a Deus portanto é tarefa de quem está perdoado de seus pecados e pode se apresentar diante da santidade divina para atuar como mensageiro.
Isaías um homem comum se tornou perdoado, portanto sem pecado e isso foi feito por Deus mesmo que o capacitou a ser seu servo.
Dessa forma nós também podemos ter a mesma disposição de Isaías em servir a Deus nosso Senhor pois cada um de nós igualmente foi perdoado de seus pecados quando Jesus Cristo morreu na Cruz do calvário para pagar a nossa dívida que foi adquirida com a nossa queda em pecado desobedecendo os mandamentos de Deus. Coisa que fazemos constantemente, a cada dia aumentando ainda mais nossa dívida. Jesus já pagou por ela e nos deixou com crédito perante Deus. Agora podemos também servir a Deus, pois fomos transformados em pessoas comum pecadoras em pessoas especiais, perdoadas.
Mas diante disso poderíamos pensar que não há ninguém realmente especial, pois Cristo morreu por todas as pessoas e apresenta a salvação para todos que a buscarem. Qualquer um se torna perdoado. Pois é exatamente isso. Deus quer salvar a todos e deseja que todos se tornem especiais, sem pecado e livres da dívida pois ela já foi paga por Jesus.
Nessa condição somos todos mensageiros de Deus desde que nos arrependamos dos nossos erros diários, recebamos o batismo em nome de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo e tomemos nossa tarefa com dedicação.
Deus se vale de sua igreja que somos nós, cristãos no mundo, para levar essa verdade adiante. Somos convidados a responder a Deus quando ele perguntar por seus mensageiros. Onde é que estão? Quem ele pode enviar para proclamar a salvação?
Respondamos junto com Isaías que se sentia preparado por estar perdoado. Aqui estou eu. Envia-me a mim. Que estejamos sempre dispostos a enfrentar os perigos e dificuldades de pertencer a igreja, a comunhão dos santos, e corajosamente ficarmos a frente da tarefa de levar Cristo para todos.
Aqui estou eu. Envia-me a mim.
Por Jesus Cristo. Amém.
Meditação sobre João 17.15
“Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.”
A cada dia que passa fica mais evidente que ser cristão e seguir os preceitos de Cristo em nossa sociedade está cada dia mais complicado. Digo isso pois convivo com diversas famílias e sou questionado em muitos momentos sobre a conduta do cristão frente as oportunidades que o mundo oferece. No discurso de nossos sermões insistimos em gravar na mente dos fieis a informação verdadeira e bíblica de que não pertencemos a esse mundo. Nós, os cristãos pertencem a pátria celeste. O céu. A morada eterna junto de Deus. Por um curto período de tempo precisamos ficar aqui nessa terra, ocupando esse corpo que foi dado por Deus a fim de cumprirmos com nossa missão que é falar de Cristo para outras pessoas e o quanto mais testemunhar para que Cristo seja o motivo de nossas vidas e de outras pessoas também.
É claro que somos atacados constantemente com pensamentos e idéias que contrariam a Palavra pura e santa conforme está nas escrituras. Até porque ser cristão hoje em dia é uma tarefa que exige certo esforço. Manter-se fiel a obra de Cristo requer abrir mão de algumas vontades para seguir a vontade de Deus. E isso não é esforço nenhum para o cristão verdadeiro que a cada dia se aproxima mais e mais de Deus. Será?
Será que não é difícil abandonar a nossa vontade carnal e seguir a Cristo. Ele mesmo propõe que quem quer segui-lo deve negar a si mesmo, tomar a sua cruz, quer dizer, sofrer com essa decisão e seguir após Ele. Vamos ser sinceros. Isso é uma tarefa extremamente difícil, uma vez que seguir a Palavra de Deus é andar na contramão. É remar contra a correnteza. É seguir ao contrário do que mais desejamos que são as vontades da carne, do mundo e do pecado. Pois pecar é a coisa mais prazerosa que há. Sim, não se admirem. Todos nós gostamos de cometer pecados, pois se não fosse assim não pecaríamos tanto. É bom não cumprir as regras, causa satisfação fazer o que não pode. Por isso corre adrenalina nas veias de quem desafias as leis da gravidade em esportes radicais ou anda em alta velocidade com o seu carro em uma rodovia movimentada. É bom quebrar regras. O problema é que cada regra quebrada implica em uma punição como conseqüência. Se a lei civil não consegue punir os delinqüentes que adoram quebrar regras na sociedade, Deus irá punir com certeza aqueles que quebram as suas regras e se comportam de maneira que não condiz com a sua santa vontade.
Estão ai os mandamentos descrevendo o que deve e não deve ser feito. Semelhante as leis de trânsito que controlam as estradas. Os mandamentos servem para dar ordem e possibilidade de vivermos em sociedade. O problema é que pelo prazer de quebrar regras nenhuma pessoa pode se dizer isenta de pecado. Por mais que queira cumprir regras religiosas, não cortar cabelo, andar de saia comprida, não fumar, consumir bebida de álcool e falar mal dos outros, faz parte de nossa natureza quebrar regras e como já foi dito, sentimos prazer com isso. E sendo assim somos todos passíveis de punição.
A fim de não pecar tanto, há pessoas que querem viver vidas alheias a sociedade. Não participam de festas, não freqüentam locais públicos, nem sequer vão passear com seus filhos na praça por medo de cair em pecado. Só sabem ir de casa para igreja e da igreja para casa. Não assistem TV nem comemoram aniversário. Pois tudo é influência do mundo e, portanto é pecado. Tirando os exageros, estamos no mundo, mesmo que não pertençamos a ele, mas estamos nele. Vivemos aqui embora nossa morada seja ao lado de Deus no céu, mas vivemos aqui por um tempo que para alguns é muito e para outros é pouco. Mas estamos nesse mundo para cumprir com uma missão extremamente importante e que foi confiada a nós cristãos pelo próprio Deus. Diz ele para irmos pelo mundo e pregar o Evangelho a todas as pessoas em todos os lugares. Gostamos de anunciar cristo dentro da Igreja. Mas isso é igual chover no molhado. Não cumpre totalmente com a missão da igreja. O necessário e pregar para os que não estão vindo na igreja ainda. E podemos fazer isso levando em conta o recado de Jesus um pouco antes da sua ascensão, quarenta dias depois de sua ressurreição. Ele foi ao céu e fez um pedido a Deus a respeito de seus amigos que ficariam aqui na terra. Ele diz e a sua frase está registrada em João 17 capítulo 15. “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.”
É muito interessante notarmos que Jesus diz para Deus nos deixar no mundo, quer dizer. Vivermos nossas vidas entre as pessoas que nos cercam principalmente aquelas que não fazem parte da igreja, na intenção de demonstrar para elas que mesmo com Jesus no coração somos pessoas normais, sadias e que sabemos nos divertir portanto com ordem e decência, sem exageros e com limites que não nos envergonham em nada perante outras pessoas. Sendo assim, pela nossa forma de viver, seremos testemunhas vivas do amor de Cristo. Esta é a nossa missão aqui na terra, pois se nos isolarmos dentro de nossas igrejas e não compartilharmos com ninguém a verdade que salva, certamente haverá pouquíssimas pessoas no céu e nem sei se nós estaremos lá também, pois não teremos cumprido com nossa missão.
Estamos no mundo, mas dele não somos, aqui nos vivemos distante do lar. É uma grande verdade, mas não podemos esquecer que aqui temos uma grande tarefa a cumprir. Filhos de Deus anunciando a Cristo Salvador a todas as pessoas que ainda não o conhecem.
Se no meio do caminho cairmos em tentação, que sejamos os primeiros a pedir perdão a Deus e confiar de que ele está sempre pronto a nos perdoar e purificar a nossa alma com o sangue de seu amado Filho Jesus Cristo.
Queira Deus motivar a todos nós a trabalharmos em benefício do crescimento do seu reino aqui na terra. Independente da nossa Igreja, mas que tenhamos no coração a Jesus Cristo como nosso único mediador e verdadeiro salvador.
Esta semana lembramos a ascensão de Jesus e seu pedido feito a Deus. Não peço que tire os cristãos do mundo, mas tão somente os proteja do maligno. Para que protegidos nós possamos anunciar o Cristo para todos.
Eu os convido a orar.
Querido Deus e Pai celeste, quero te agradecer por teres derramado teu Espírito Santo sobre a minha vida e motivado a que trabalhasse no teu reino. Seja sempre minha força e guia meus passos para que nesse mundo, em meio a tantas pessoas que ainda não te conhecem sejamos testemunhas vivas do teu amor. Por Jesus, a nossa salvação. Amém.
Meditação sobre 1 João 3.18
“Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.”
Você me ama? Então me faça uma prova de amor.
Esse diálogo é comum entre adolescentes que dizem se amar e questionam esse amor. Para tirar a dúvida exigem uma prova de amor que muitas vezes é confundida pelos adolescentes como uma demonstração de força. Uma tatuagem definitiva com o nome da pessoa amada. Um pedido de casamento em uma situação em que não seria conveniente casar. Uma relação sexual como prova de que se ama. Todas essas atitudes não são necessariamente uma prova real de amor, mais parecem provas de coragem diante de uma provocação feita.
Nos dias de hoje prova de amor verdadeiro é considerado algo extremamente raro, pois a individualidade está muito forte e as pessoas tendem a viver cada vez mais isoladas, não precisando dar provas de seu amor para mais ninguém, nem de si mesmo. Vivem sozinhas, sem conversar muito ou confiar verdadeiramente em mais ninguém.
As pessoas de fato não se amam do mesmo modo com há muito tempo atrás e esse termo ficou reduzido ao sentimento que o homem diz ter por uma mulher ou a mãe revela ter por seu filho. Um amor muito íntimo, muito próximo e de fato muito raro.
Há muito tempo que a humanidade deixou de amar ao próximo. Não se ama mais o semelhante. Prova disso é que os noticiários mostram constantemente cenas de violência gratuita e atitudes de extrema crueldade de nossa sociedade pelo mundo afora e poucos ou até ninguém se importa. Ou por acaso alguém perde o apetite quando assiste aos noticiários durante o almoço ou o horário da janta? Acredito que não. Inclusive se passa despercebida a notícia e só lamentamos superficialmente e continuamos nossa refeição e nossos afazeres como se nada tivesse acontecido.
Nos tornamos endurecidos no coração frente a tantas demonstrações de falta de amor. A sociedade esqueceu o que é amar. Mas esse fato não é novo e posso afirmar que há muito tempo que não amamos realmente o semelhante.
Demonstrar sentimento em determinadas culturas é sinal de fraqueza e quem se emociona e diz que ama o outro é motivo de brincadeiras de mau gosto entre as pessoas. Mesmo que se diga “eu te amo” pouco ou nada é feito para que esse amor seja reconhecido na prática.
Nos tempos bíblicos já havia o apelo para que as pessoas demonstrassem amor uns aos os outros com atitudes e mesmo assim era difícil encontrar tal sentimento em sua essência.
João pede aos seus ouvintes quando envia a sua carta que se encontra registrada na Sagrada Escritura, para que as pessoas, especialmente os cristãos tenham amor uns pelos outros. Mas um amor não somente da boca pra fora, mas de fato, com atitudes.
Amar alguém de fato, não é somente com quem vai se casar ou adotar como filho. Mas é o se importar com que o outro sente, faz e vive. É se comover quando o outro sofre e tentar repartir as suas cargas ajudando-o a carregá-las. Não simplesmente ficar olhando e admirando o sofrimento do outro com olhar de pena e comentários tristes, mas se colocar de fato ao lado para o ajudar a suportar a dor. É sofrer junto com o outro a ponto dele se sentir amparado também. Porém o amor de fato não é somente demonstrado na tristeza e sofrimento, ele aparece igualmente nas alegrias e realizações. Amar o semelhante é comemorar as suas conquistas sem sentir inveja, mas de fato se alegrar pelo sucesso do outro e celebrar a vitória, mesmo que seja somente dele. Sem ciúme nem inveja. Amar de fato é acompanhar o outro nos passos que ele dá sem a intenção de vigiar ou se intrometer, mas estar pronto a compartilhar os momentos importantes. Amor verdadeiro e desinteressado.
Um amor que aparece e é visível. Um amor que não se vê mais hoje em dia, mas teve um precedente. Houve na história da humanidade uma pessoa que se colocou ao lado do seu semelhante e viveu exatamente as mesmas alegrias, realizações e também as tristezas e sofrimentos dos outros. Uma pessoa que muitos conhecem e o aceitam como melhor amigo e está disponível a amar qualquer um que se aproxima com humildade e coração aberto. Quem está disposto a aprender com seus conselhos e compartilhar com ele as suas angústias. Estou falando de Jesus Cristo que amou de forma única e que jamais pode ser igualada. Deu a sua própria vida para que outros pudessem viver livremente. Entregou-se plenamente ao sentido do amor e não foi uma demonstração de coragem nem prova de força, mas tão somente uma atitude de humildade e obediência.
O amor de Cristo chegou a tal ponto de que ele se colocou em nosso lugar para poder viver uma situação que nós jamais poderíamos viver. A morte de cruz para pagar pelos pecados de toda a humanidade.
Cristo amou no real sentido da palavra amor e trouxe um exemplo sublime. Maior do que podemos encontrar em qualquer casal ou qualquer relacionamento entre mãe e filho. Um amor incondicional que não pede nada em troca.
O que Jesus quer com isso? Apenas ver seus amados felizes e vivos eternamente. Ele tão somente quer ver a nós, seus crentes de coração aberto e vivos por crerem em seu feito na cruz.
Jesus quer que nós vivamos por causa de seu amor por nós.
Hoje, em pura gratidão a esse amor tão especial podemos amar também, sem interesse, sem querer nada em troca. Podemos amar, pois Cristo nos amou primeiro.
Amemos uns aos outros a exemplo de Cristo não só da boca pra fora, com palavras e conversa mas demonstremos esse amor genuíno que foi semeado em nosso coração pelo Espírito Santo com atitudes e declaremos a todos que sabemos amar, pois Cristo nos ama. E ama por toda a vida.
Amém.
“Portanto, se dizemos que estamos unidos com Deus e ao mesmo tempo vivemos na escuridão, então estamos mentindo com palavras e ações.”
“Pode confiar, se eu disse eu faço mesmo!” Esse foi o discurso de um jovem que prometeu ajudar um amigo no fim de semana a limpar o gramado da casa dele. Na verdade aquele jovem teve que fazer todo o serviço sozinho pois o seu amigo que havia prometido ajuda nem sequer apareceu para dar uma satisfação.
Será que houve um imprevisto, um engano de horários ou foi mesmo uma grande mentira? Não há como saber, mas o fato é que foi dito uma coisa e foi feito bem outra.
Na vida é assim mesmo. Nem sempre dá para confiar em todas as coisas que ouvimos, mas ainda assim temos ao nosso redor uma grande quantidade de pessoas em quem podemos confiar, a primeira vista, pelo menos. No mais, precisamos ter muito cuidado e não acreditar em tudo que ouvimos.
“Creio em Deus Pai todo poderoso, Criador do céu e da terra.” Essas são as palavras do primeiro artigo do credo apostólico que é ensinada aos confirmandos e é repetida todo momento em que há uma celebração religiosa cristã. É a confissão de fé que é repetida para que todos saibam em quem nós acreditamos e em quem depositamos nossa confiança. Em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Nesse mesmo ensino as pessoas aprendem os mandamentos e na hora da confissão prometem, em conjunto, cumprir os mandamentos e ser um servo de Deus.
O interessante é que nem sempre é o que vemos. Há uma grande distância entre o que confessamos da boca pra fora e o que fazemos no dia a dia.
Mentiras, ganância, inveja, raiva, vingança, violência, medo entre tantas coisas que nos tiram o sono e nos deixam com dúvida se de fato as pessoas ainda acreditam num Deus que é Pai, que é criador, que salvou toda a humanidade por seu filho Jesus Cristo e que é Espírito Santo agindo em nossa vida diariamente. Fica o questionamento de porque numa nação que é predominantemente cristã conforme o último censo o IBGE denuncia a cada dia diversas formas de agressão e violência nos meios de comunicação. Aliás, nem é preciso ler jornal e assistir noticiários na TV, basta sair na rua que já nos deparamos com diversos exemplos de contradição na atitude do povo que no domingo confessa que Crê em Deus e durante a semana parece que esqueceu tudo que ouviu e aprendeu na casa desse mesmo Deus.
Existe aí um equívoco, um imprevisto ou uma grande mentira.
Não temos como saber, pois o coração das pessoas só pode ser sondado por Deus mesmo.
Fato é que as atitudes das pessoas podem ser avaliadas por qualquer um, uma vez que independente do que eu faça, vou de alguma forma interferir na vida do meu próximo, das pessoas que me cercam. Se no domingo eu confessar que sou cristão e durante a semana espalhar mentiras entre meus amigos e vizinhos, vou ser incoerente com o que eu confessei e o que eu fiz. Disse que gosto de um Deus que é amor e verdade e vivo espalhando mentiras entre as pessoas.
No domingo durante a liturgia na igreja ouço a mensagem de um Deus que é fiel e muito justo e durante a semana acabo por me envolver com todo tipo de traição e corrupção para levar vantagens e lucros sobre os outros. Certamente houve um erro, de confissão ou de atitude.
Claro que as atitudes é que estão erradas, pois a nossa confissão sendo feita no Deus verdadeiro traz em nossa vida uma grande vantagem, pelo menos é o que se espera.
O texto de Primeiro João apresenta Deus como a luz que ilumina a nossa vida e quem anda na luz, faz as coisas como se estivesse iluminado, enxergando com clareza e dificilmente erra os seus passos e movimentos. Quem anda na escuridão, longe da luz acaba tropeçando no que houver no caminho, coloca as coisas fora do lugar e pode até acabar se perdendo. Na escuridão o caminho pode ser sem volta.
Baseado nesse ensinamento podemos fazer uma auto avaliação e verificar se andamos mais na luz ou mais na escuridão. Isso é simples e não estamos falando de ligar a luz dentro de casa ou não sair a noite quando isso se fizer necessário, mas observar como andam nossas atitudes em relação a Deus e ao próximo.
Será que estamos mais na luz ou mais na escuridão. Quem anda na luz acerta mais, conquista mais coisas, serve de auxílio para os outros e mais, quer sempre se aproximar mais da luz, que é Deus, para ter clareza nos seus passos e poder com isso iluminar a todos que estão ao seu redor. São pessoas que tem paciência nas horas de discussão, que consegue perdoar mesmo que as situações sejam difíceis na vida, que tem esperança e confiança de que as situações difíceis servem para o nosso crescimento, enfim, aqueles que brilha força e paz aos outros.
Quem vive na escuridão, faz coisas típicas de quem não vê as conseqüências de seus atos, feito quem anda a noite tropeçando por tudo que está a sua frente. Ofende os outros, só pensa em levar vantagem o tempo todo, tem um comportamento egoísta, tem pouca paciência e sempre que pode tenta se afastar cada vez mais da luz que é Deus, procura estar longe da luz para que possa continuar fazendo seus atos prejudiciais na escuridão, longe da vista do Deus da luz.
O que não podemos esquecer que é o pecado quem provoca essa vontade de permanecermos na escuridão e longe de Deus e com isso sofremos as conseqüências de uma vida em desacordo com o que Deus espera de nós, seus amados filhos.
Hoje vivemos em um tempo onde a Palavra de Deus pode ser encontrada em praticamente qualquer lugar. Bíblia, folhetos, igrejas espalhadas por todos os lugares, mensagens no rádio, na TV. Só não toma conhecimento da palavra da verdade quem realmente não quer. Só não vive na luz quem de fato procura a escuridão.
É fato que constantemente caímos em tentação, mas podemos assim que percebermos que estamos rumando para o lado mais escuro, longe da luz de Deus e sua Palavra que ilumina nosso caminho, nos arrependermos dos nossos erros e voltar para o lado iluminado de Deus e Jesus Cristo.
Se andamos na luz estaremos iluminados, porém se andamos na escuridão o resultado será desastroso.
Sejamos coerentes nossa confissão de fé e quando dissermos e uma igreja que cremos em Deus, que nos comportemos assim, para que ninguém seja prejudicado pelo nosso pecado.
Cristo já se ofereceu para ser a nossa Luz e brilhou quando morreu e ressuscitou, fato que lembramos na última páscoa. Agora podemos brilhar em sua companhia.
Por Cristo, que é a nossa luz. Amém.
Meditação sobre o texto de Marcos 11.9-10
Todos que estavam acompanhando começaram a gritar: Hosana a Deus! Que Deus abençoe aquele que vem em nome do Senhor! Que Deus abençoe o Reino de Davi, o nosso pai, o Reino que está vindo! Hosana a Deus nas alturas do céu!
Neste final de semana lembramos o Domingo de Ramos. Dia em que muitas pessoas se dirigem as suas igrejas levando em suas mãos ramos a fim de ser abençoado na presença de Deus. Este hábito rememora o fato que aconteceu quando Jesus Cristo, o filho de Deus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho e foi recebido pelas pessoas que o conheciam com gritos de Glória e Viva. Uma bela recepção digna de uma pessoa muito importante. As pessoas deitavam seus mantos no chão a fim de que Jesus passasse por cima com aquele simples animal de montaria como quem estende o tapete vermelho para uma importante autoridade passar. Os ramos utilizados naquele dia também simbolizavam uma demonstração de reverência ao personagem que estava chegando. A demonstração de que Jesus estava sendo reconhecido por quem o acompanhava naquele dia. Muitos observavam aquela cena que hoje é lembrada neste último final de Semana antes da páscoa com desconfiança. Boatos se espalharam pela cidade de Jerusalém e muitos se reuniram por curiosidade. Queriam ver de perto o Rei dos Judeus, o enviado especial de Deus. Mas quando se depararam com uma pessoa simples feito Jesus e anda mais montado em um Jumentinho, animal pouco valorizado naquele tempo ficaram visivelmente decepcionados. Esperavam que o tão comentado Rei dos Judeus aparecesse em um cavalo imponente, repleto de guardas e serviçais, com uma escolta digna de um Rei e uma comitiva de fazer inveja, mas não foi o que viram. Um simples judeu, filho de um carpinteiro montado em um Jumentinho.
É importante observarmos que no versículo 3 do texto de Marcos 11 está descrito a forma como os discípulos deveriam pedir o jumentinho para ser utilizado por Jesus naquele momento que ficou conhecido como o Domingo de Ramos.
Jesus mesmo dá a orientação aos seus discípulos dizendo que se eles fossem interrogados porque queriam aquele simples animal deveriam dizer tão somente que o mestre precisa dele.
O mestre precisa dele.
Em diversos momentos de nossa vida nos perguntamos se somos de fato tão importantes assim para Deus uma vez que não passamos de pessoas simples, que fazem seu trabalho humildemente e levamos vidas que não são destaque dentro da sociedade. Será que Deus dá importância igual a todas as pessoas indistintamente?
Pensando em toda a discriminação que há na sociedade e a diferença que as pessoas fazem em relação a classe social, cargo que ocupam e a forma como todos julgam os outros pelas aparências, será que diante de Deus também há alguma diferença onde as pessoas mais importantes são mais valorizadas e as menos importantes ficam em segundo plano?
A pergunta soa sem sentido, mas é o que se passa em nosso coração em diversas vezes quando nos aproximamos de pessoas que na sociedade ocupam cargos de liderança. Prefeito, deputado, empresários, aqueles que tem mais poder aquisitivo são vistos como pessoas diferentes, ou como se diz, de outro nível, mais importantes. São vistos como pessoas especiais e que merecem um tratamento diferente.
Isso acontece somente na sociedade, entre o relacionamento entre as pessoas. Pois se observarmos bem, a forma como Deus escolheu para se relacionar com a humanidade, na pessoa de Jesus Cristo, o humilde Judeu, filho de José o carpinteiro, percebemos que diante de Deus todas as pessoas são igualmente importantes, não havendo nenhum que seja mais ou menos do que os outros.
Notem a expressão que Jesus utiliza quando orienta seus discípulos a buscarem a sua montaria. Um simples jumentinho, que dentre os animais era o menos valorizado sendo escolhido pelo Rei dos Reis a fim de ser seu transporte naquele dia especial. A entrada triunfal em Jerusalém. Ele diz: Digam que o mestre precisa dele.
O mestre precisa dele. Com estas palavras Jesus abre espaço para um importante meditação: O Mestre precisa de nós. Independente de que cargo ocupamos na sociedade, o tamanho de nosso salário nem mesmo o emprego que temos. Jesus precisa de nós.
As pessoas que viram Jesus chegar montado em um jumento se decepcionaram pois esperavam algo a mais.
Quando nós somos chamados por Deus para servir em sua Igreja aqui na terra, sermos instrumentos do seu trabalho, ferramenta em suas mãos, muitas vezes achamos que somos indignos de merecer a confiança de Deus. Pensamos: Eu não. Chame outro que sabe ler melhor, que consegue falar em público. Eu não consigo. Tenho vergonha, não sou ninguém. E nos colocamos de lado no trabalho do Reino de Deus.
Somos chamados da mesma forma como aquele animal foi convocado para servir a Deus. Na sua simplicidade, na sua humildade, talvez fraco e cansado de um dia de trabalho, foi escolhido para servir a Jesus.
Nós somos chamados todos os dias a servir a Cristo e levar conosco a imagem de Jesus. Da mesma forma como aquele Jumentinho estava apresentando para a sociedade aquele personagem importante que carregava, somos convidados a servir a Deus mostrando Cristo as pessoas na nossa maneira de viver, falar, nos relacionarmos com outras pessoas, quando enfrentamos os problemas, como se Jesus estivesse nos escolhido para sermos seu condutor, levá-lo sempre junto conosco.
Em nossa simplicidade, sem nenhuma diferença entre as pessoas somos todos importantes perante Deus e Cristo está disposto a nos utilizar como seu instrumento no trabalho aqui nesse mundo.
Podemos servir a Deus quando vivemos honestamente e de maneira correta trabalhamos para nosso sustento. Quando alguém nos ofende e sabemos perdoar. Nas horas de desentendimento tendo paciência. E sempre que possível tendo contato com a palavra de Deus utilizando do nosso tempo para participar das reuniões que a igreja proporciona nas horas de culto, estudos e missas.
Podemos nos comportar como se Jesus estivesse junto conosco, precisando de nosso auxílio, querendo o nosso serviço. O mestre precisa de nós.
Nesse pensamento nos colocamos a disposição de Cristo e nos dispomos a servir em toda a qualquer situação.
No domingo de Ramos percebemos que Jesus se utilizou de pessoas simples para serem seus discípulos, de uma vida simples para permanecer nesse mundo e também de meios simples feito aquele jumentinho para se apresentar as pessoas. Sendo assim, podemos aceitar que mesmo e m nossa simplicidade Jesus nos vê como Deus nos fez, obra prima de sua criação, e por isso, por dar tanta importância a todos nós ele se dispõe a encarar o peso da cruz e a morte a fim de nos dar o prêmio da vitória sobre a morte. A Salvação eterna.
Neste tempo de preparação para a páscoa que se aproxima, nos firmemos na simplicidade de Cristo e na nossa simplicidade estar pronto a servir a nosso Senhor com o melhor que podemos fazer.
Eu os convido a orar:
Querido Deus e pai, gratos somos por teres apresentado teu filho Jesus Cristo com toda a majestade de tua glória e igualmente com toda a simplicidade de nossa natureza humana. Concede-nos o prêmio da vitória de Cristo sobre a cruz como uma dádiva de tuas mãos. Por Cristo o Rei dos Reis e Senhor nosso. Amém.
MEDITAÇÃO SOBRE JEREMIAS 31.31-34
“Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o SENHOR.” Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes.”
É natural as pessoas tomarem decisões erradas. Alguns equívocos são tolerados de maneira mais rápida quando se trata de quem não sabia que estava errado. Por exemplo, quando uma criança chora dentro de um hospital, ela não sabe que lá dentro é um ambiente de silêncio e jamais um segurança ou enfermeira vai repreender o bebê nem a sua mãe por causa disso. Já se um adulto estiver fazendo barulho dentro de um hospital, ele poderá ser alertado e até mesmo punido por sua falta de respeito com aquele ambiente, pois ele sabia, conhecia as regras. No trânsito é assim também. Existem placas de sinalização indicando o sentido de cada rua. Entrar em uma rua em sentido contrário implica em infração e pode-se levar multa por isso e causar acidente, porém no caso de não haver sinalização o condutor é absolvido e seu erro é tolerado até que seja feita a devida advertência com placas e sinais de trânsito.
Portanto quem sabe as regras é responsável por segui-las quando necessário. Quem não sabe, deve ser advertido e aprender o quanto antes.
Deus nos deixou algumas recomendações e apresentou ao seu povo escolhido uma série de regras para a boa convivência entre todos. São os 10 mandamentos que representam as regras de ouro para toda a humanidade. Tanto é que quando Deus apresentou os 10 mandamentos ele fez uma promessa ao povo. Ele disse: Faça isso e viverás. Faça o que Deus manda e terá uma vida longa e boa. Caso é que as pessoas não conseguem cumprir os mandamentos. Surge aqui a dúvida: Porque não? Será que não conhecem de fato o que Deus espera? Será que não sabem o que diz o conjunto de leis de Deus para a humanidade? Ou será que já esqueceram?
O texto de Jeremias apresenta uma revelação. Um acordo, uma espécie de trato foi feito entre Deus e o seu povo. Chamado aqui de aliança. Deus cuidaria do seu povo, os conduzindo em liberdade e segurança até a terra prometida e em contra partida o povo teria as regras reveladas por Deus nos 10 mandamentos escritas no seu coração e gravadas em sua mente. Ou seja. Todos saberiam o que é que o Pai celeste esperava. Todos saberiam o que deveriam fazer para seguir o criador. Todos saberiam. Tanto é que no texto do profeta está escrito que não haveria mais necessidade de ensinar isso um ao outro, pois todos conheceriam a Deus.
Interessante notar como as coisas são conduzidas na visão de Deus. Primeiro ele escolhe o seu povo, depois os livra da escravidão e promete um lugar seguro para eles morarem e ainda mais, apresenta a sua condição, ou seja, seguir os 10 mandamentos e livra as pessoas do esquecimento, pois grava as leis no coração de todos.
E de fato isso ocorreu. Se pararmos um pouquinho para pensar, é muito comum que no momento em que estamos fazendo algo que é contrário a vontade de Deus surja no nosso pensamento uma voz que diz que não deveríamos ter feito aquilo. Vou dar um exemplo. Quando estamos prestes a mentir para acobertar um erro que cometemos. É sabido que mentir por causa de uma situação ruim piora ainda mais as coisas, pois estamos cometendo mais um erro para esconder outro. A nossa consciência nos acusa e nos diz que não deveríamos estar procedendo assim. É o chamado peso de consciência. Natural do ser humano pensar assim e para o cristão é reflexo da lei de Deus que está gravada no seu coração apontando o caminho certo.
Em diversas vezes cometemos erros sabendo que estamos errados, conscientes, ferimos as regras ditadas por Deus e gravadas em nosso coração e depois reclamamos que estamos com peso de consciência. Mas é evidente que isso irá acontecer, pois ferimos as leis que Deus mesmo gravou em nosso coração, em nossa mente e não temos desculpa para fazer as coisas em desacordo com a vontade divina. Fazemos errado e sabemos disso.
Guardar mágoa no coração, não perdoar, planejar vingança, mentir, enganar entre outros erros que cometemos prejudicam a nós mesmos e as pessoas que convivem conosco. Mesmo a nossa consciência nos acusando seguimos em frente.
Deus sabendo disso e não gostando nada, nada se preocupou com a humanidade que estava destinada a perdição por não conseguir cumprir com suas ordens. Para que ninguém viesse a se perder providenciou que houvesse uma solução para esse nosso deslize. Seu filho Jesus Cristo entregou a sua própria vida para pagar o preço de nossos erros. Um inocente morrendo em lugar dos culpados. O que era santo pagando o preço pelos pecadores.
Pode parecer injusto aos nossos olhos que um inocente pague pelo que não fez, mas aos olhos de Deus era a única solução para a nossa rebeldia. E podemos dizer que graças a Deus que ele procedeu assim, pois através da fé, tão somente pela fé em Jesus Cristo eu e você temos a vida eterna depois desta, junto com Deus no céu.
A nossa consciência nos acusa, pois a lei de Deus continua gravada em nosso coração. Podemos em vista disso nos arrepender dos nossos erros e confessar todos os nossos pecados a Jesus Cristo e receber como presente, não por mérito, o perdão de todos eles.
Essa é a maravilha de Deus que ama aos seus filhos. Ele gravou a sua lei em nosso coração, perdoa os nossos erros e ainda assim nos dá a vida eterna.
Um Deus de amor tão grande não pode ser encontrado em nenhum outro lugar a não ser na Sagrada Escritura e nas Igrejas que anunciam o Deus vivo através de Jesus Cristo ressuscitado.
Sejamos gratos a Deus por tudo que ele nos fez e confessemos nossos pecados a ele.
Eu os convido a orar.
Bondoso Deus obrigado por ter gravado em nosso coração e mente as tuas leis. Perdoe o nosso esquecimento que muitas vezes é pura rebeldia. Cristo é a única razão para nossa salvação. Por isso te agradecemos muito. Amém.Meditação sobre João 3.16
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Impressiona o número de pessoas que tem algum versículo bíblico decorado em sua memória e constantemente o repete como se fosse uma espécie de mantra, uma proteção para os momentos difíceis. Durante um temporal, há quem declame um salmo pedindo proteção a Deus. Muitos gostam do Salmo 23. O senhor é meu pastor e nada me faltará. Outros gostam de algum evangelho que traz algum alívio, assim como Mateus e os “bem aventurados que tem fome e sede de justiça.” É um hábito saudável e até é muito bom para nossa fé saber alguns versículos de cor, pois recorrer ao texto bíblico nos momentos de dificuldade corresponde a nos ampararmos num porto seguro em dias de tempestade. É bom e vale a pena.
Dentre tantos versículos que as pessoas sabem de cor, acredito que o mais lembrado é o texto de João 3. 16: Bastam algumas palavras do início que a grande parte dos ouvintes saberá continuá-lo. Vamos tentar: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Está aí talvez o resumo de toda escritura sagrada. O amor de Deus demonstrado em seu filho Jesus Cristo que veio a esse mundo para morrer em nosso lugar e ser aquele que paga pelos nossos pecados. Para que nós não viéssemos a morrer eternamente.
Sabemos de cor esse versículo e conseguimos recitá-lo com facilidade pois a memória nos ajuda, uma vez que ele é curto e tão importante.
Louvável e parabéns para quem conseguiu.
Porém uma questão fica em aberto e eu não poderei responder por vocês ouvintes, cada um avalia em seu coração: - Será quer realmente sabemos o que isso significa? Compreendemos o verso que é falado na ponta da língua e repetido com orgulho para quem quiser ouvir?
Vejam bem: Deus, o pai da eternidade, o rei dos reis amou o mundo a tal ponto que permitiu matarem seu único filho, o seu próprio filho simplesmente para que as pessoas pecadoras que acreditassem nesse ato de bondade divina, mesmo sem merecer, tão somente por graça, não viessem a morrer, mas recebessem sem merecimento algum a vida eterna.
Esse versículo quando é dito só da boca pra fora não reflete exatamente o seu real significado. É preciso que este versículo seja dito para dentro de nosso coração. Estamos diante da maior demonstração de amor e compaixão que poderíamos imaginar na face da terra. Não há nenhuma atitude que pode ser comparada a essa. Deixar um filho morrer por causa de pessoas que são rebeldes, orgulhosas, infiéis, revoltadas, que guardam ressentimento no seu coração e não sabem perdoar. É um ato impensado e se alguém de nos tivesse que fazer isso em favor de um amigo quem sabe, ainda assim iria pensar muito e provavelmente diria não.
Nenhum de nós daria o seu filho para sofrer no lugar de alguém que não conhece, ainda mais sendo uma pessoa ruim, com maldade no coração, declaradamente um ingrato e mau.
Pois foi exatamente o que Deus fez quando seu único filho veio a este mundo, viveu ao lado da humanidade em corpo humano, mesmo sendo Deus, abrindo mão de sua divindade a fim de cumprir uma exigência de seu Pai. A alma que pecar, essa morrerá. Nós pecamos, Cristo não. Nós nos revoltamos contra Deus, Cristo não. Nós é que mereceríamos a morte como castigo por nossos pecados, Cristo não! E foi exatamente isso que ele fez. Em nosso lugar, assumiu o peso dos nossos erros, da nossa ganância, do nosso orgulho, da nossa falta de vontade de perdoar, da nossa impaciência e rebeldia e carregou tudo sob o peso da Cruz até o Gólgota, um lugar de morte e foi pregado com nossa indiferença e os seus melhores amigos lhe viraram o rosto e não conseguiam ver a figura horrível que havia se formado. Os erros de todas as pessoas caindo sobre um só. Cruel. Impensável. Absurdamente grave. Cristo na cruz de tortura em nosso lugar.
Digam comigo “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Repitam comigo: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Não pereça mas tenha a vida eterna. Não morra, mas viva para sempre. Esse é o presente que Deus nos dá por sermos seus filhos. Não mereceríamos nada disso, jamais seremos merecedores desse grande benefício pois continuamos pecadores e insistimos em descumprir as ordens de Deus. Constantemente nos desviamos do caminho certo e nós é quem deveríamos pagar o preço, pois fomos nós que cometemos os pecados a cada dia, mas Cristo faz isso em nosso lugar, nos deixando tranqüilos, sem nem sequer tomarmos conhecimento de seu sofrimento.
Sabem porque ele fez isso? Qual a motivação de Deus, nosso pai celeste? Quem sabe o versículo de cor sabe o motivo: Porque Deus amou o mundo. Isso mesmo por amor. Nada mais. Como se fosse necessário mais do que amor. E ainda mais em se tratando do amor de Deus, um amor que não acaba, que tem paciência, que não fica irritado, que suporta tudo até mesmo a dor e o sofrimento de uma cruz em nosso favor.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Não precisamos mais nos preocupar com a vida depois da morte, seremos beneficiados com a herança dessa doação de Deus. A vida depois dessa continua na eternidade. Ao lado do nosso criador vendo-o como ele realmente é. Glorioso e magestoso. Tudo isso por amor. Por amor a nós seus filhos.
Este período de quaresma somos chamados a observar tudo o que Deus fez em nosso lugar. Sofreu, morreu, ressuscitou para vencer a morte.
Por tudo isso devemos ser no mínimo agradecidos. Louvar a Deus e sempre que possível nos dedicarmos a ele com participação nos cultos, testemunho com vidas em harmonia com o nosso próximo, com nossos recursos financeiros em benefício do reino de Deus aqui na terra e acima de tudo, devoção ao seu Santo nome. Em resumo, alimentar a nossa fé sempre que tivermos oportunidade.
Para quem ainda não sabia de cor este versículo tão importante, vai ai mais uma chance. Digam comigo: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Amém.
MEDITAÇÃO SOBRE ÊXODO 20.1-17
“Deus falou, e foi isto o que ele disse: — Meu povo, eu, o SENHOR, sou o seu Deus.”
Ao adquirirmos um novo eletrodoméstico ou para nossa casa recebemos junto da compra um manual de instruções fornecido pelo fabricante.
Ele é obrigado a oferecer os mínimos detalhes sobre a melhor forma de utilizar aquele aparelho a fim de se tirar o melhor proveito por parte de quem o comprou e da mesma forma serve de alerta sobre os riscos do mau uso do mesmo. Choques elétricos, esmagamento de membros do corpo e risco para crianças pequenas podem aparecer no manual para evitar qualquer dano que torne o fabricante responsável.
Da mesma forma quando há algo errado o fabricante se compromete a substituir ou consertar.
Tudo isso serve para que o consumidor possa usufruir melhor o bem que acabou de adquirir.
A nossa vida foi o bem mais valioso que ganhamos de nosso Deus, o criador do universo e aquele que nos acompanha a cada dia com seu cuidado e proteção.
Quando recebemos a vida lá na infância vamos aprendendo a melhor forma de viver sob o exemplo dos que nos rodeiam. Pais, avós, tios, pessoas com quem convivemos servem de imagem a fim de formar nossos hábitos e costumes.
Além disso, recebemos também uma espécie de manual para uma boa utilização de nossa vida, semelhante ao manual de um eletrodoméstico novo que compramos em uma loja. O manual de nossa vida também foi fornecido pelo nosso fabricante, nosso Deus, que nos colocou nesse mundo e quer que aproveitemos o melhor que a vida pode nos oferecer. Recebemos os 10 mandamentos que estão na Sagrada Escritura exatamente como um manual para boa utilização da vida.
Em Êxodo capítulo 20 estão registrados os 10 conselhos universais pelos quais cada ser humano tem garantido por Deus uma boa vida, acompanhada de muitas bênçãos.
Tanto é que quando Deus revelou os mandamentos a Moisés no monte Sinai ele os acompanhou de uma promessa. “Faça isso e viverá.” Faça isso e você terá uma vida boa, uma vida plena e satisfatória. Uma vida que de fato vale à pena.
Se não usarmos direito um eletrodoméstico acabamos por comprometer seu funcionamento e até podemos nos machucar. Quando não utilizamos nossa vida da forma como foi recomendado por Deus, corremos o risco de sermos prejudicados e o que é pior prejudicar as outras pessoas. Não foi por acaso que Deus disse para não roubar, não matar, não mentir, não adulterar... são comportamentos altamente prejudiciais que são chamados de pecados. Quem rouba fica mal visto na sociedade e pode permanecer preso ou até perder a vida. Quem mente acaba perdendo a confiança dos outros e inevitavelmente é isolado da sociedade. Quem briga e mata é marginalizado pelos outros e pode pagar um alto preço por sua desobediência. Além disso existem outros tropeços que acabam gerando diversas formas de prejuízos a quem comete. Usar o nome de Deus em vão, idolatria, inveja, desrespeito aos pais e autoridades também fazem parte dos conselhos que o nosso criador nos deu e sobre os quais precisamos guiar a nossa vida.
Cada vez que desobedecemos a uma dessas regras fazemos mal a nós mesmos e a nosso semelhante além de nos afastarmos de Deus. Isso é grave e nos conduz a perdição eterna.
Porém, assim como o fabricante conserta a peça defeituosa de um aparelho fabricado, Deus se dispôs a fazer um ajuste em nossa maneira. Pecamos constantemente e mesmo sabendo disso continuamos a cometer erros, é um defeito nosso. Porém o conserto foi providenciado por Deus quando seu filho Jesus Cristo veio a este mundo para pagar o preço com seu sangue e corpo entregues na cruz do calvário nos livrou da punição. Uma vida inocente no lugar de todas as vidas pecadoras da humanidade. Uma demonstração de amor. Uma demonstração de consideração, mesmo não merecendo nada disso. Simplesmente por amor.
Nosso defeito foi consertado na cruz de Cristo e nossos pecados foram perdoados todos de uma só vez. O nosso fabricante investiu alto para nos consertar. Deu a vida do seu único filho em nosso benefício.
Por isso, devemos ser agradecidos a Deus e lhe prestar culto e respeitar seus mandamentos nessa vida e dentro do nosso possível fazer o melhor que pudermos seguindo as suas recomendações.
Não tenha outros deuses, não use o nome de Deus em vão, dedique um dia para estudar a Santa Palavra de Deus, respeite seus pais e demais autoridades, não mate, não adultere, não roube, não minta, não cobice o que é do outro, mas trabalhe para conseguir o que é seu por direito e seja feliz com a vida que Deus lhe deu. E se mesmo assim cometer algum deslize e prejudicar a sua vida por mau uso, arrependa-se e confesse seu erro a Deus que ele está sempre disposto a perdoar.
Os 10 mandamentos registrados em Êxodo não são, mas tão somente uma forma boa e agradável de utilizarmos a nossa vida com todo o proveito a que podemos ter.
Deus promete: “Faça isso e viverá!.”
Eu os convido a orar.
Querido Deus, obrigado por ter nos dado orientações tão importantes quanto os 10 mandamentos. Nos auxilie a utilizarmos da melhor forma a nossa vida. Perdoa os nossos descuidos e pecados. Por amor de Jesus Cristo. Amém.Meditação sobre Êxodo 34.29-35
“Quando Moisés desceu do monte Sinai, carregando as duas placas da aliança, o seu rosto estava brilhando, pois ele havia falado com Deus.” (v29)
No antigo testamento aparece a descrição do encontro de Moisés com o próprio Deus por ocasião da entrega dos mandamentos escritos em taboas de pedra pelo dedo do Criador da humanidade. Naquela ocasião havia um contato direto entre Deus e os seres humanos e Moisés estava em sintonia com a Divindade e se aproximava a pequena distância da glória celeste. Há registros bíblicos que afirmam que é impossível a nossa natureza humana se aproximar da glória de Deus sem perecer por isso. Porém Moisés foi escolhido por Deus e estava a cumprir uma importante missão. Anunciar as nações a santa vontade do Pai do céu através dos mandamentos.
Diz o relato que quando Moisés desceu do monte Sinai depois daquela ocasião especial trazendo as taboas dos mandamentos o seu rosto estava brilhando de tal forma que as pessoas tiveram medo de olhar diretamente para ele, tanto é que depois daquele dia o profeta andava com o rosto coberto e só retirava o véu quando entrava no templo para falar novamente co Deus.
O brilho da glória de Deus resplandecia no rosto de Moisés somente por ter se aproximado da presença divina.
Podemos afirmar com tranqüilidade que a glória de Deus é tão forte que resplandece nas pessoas que se aproximam dele.
Hoje não há relatos de pessoas que tiveram contato tão direto com Deus em nossos dias, e por isso não vemos pessoas com o rosto brilhando caminhando pela estrada por terem se aproximado dele.
O que percebemos e é de grande valia são pessoas que resplandecem a glória de Deus por terem um contato com a sua Palavra, a Bíblia.
Exatamente. As pessoas que conhecem o texto da Bíblia, que é hoje a forma de nos aproximarmos de Deus da maneira mais direta e objetiva, tem a sua vida transformada e resplandecem a sua glória diante das pessoas.
Mas como se dá isso? De forma muito simples. Aqueles que tomam conhecimento da glória de Deus através de seus ensinos revelados na Sagrada Escritura ao colocarem isso em prática no seu dia a dia acabam refletindo a graça e o amor de Deus para outras pessoas.
Vamos usar um exemplo muito claro. Em nossa casa eventualmente acontecem momentos de conflito e desentendimento. São situações que se tornam desagradáveis e a nossa vida vai ficando perturbada e desorganizada, semelhante ao povo de Israel que vivia sem as orientações divinas antes de receber os mandamentos. Moisés conheceu as leis e seu rosto brilhou. Nós conhecemos as leis e sabemos que precisamos ter paciência com as pessoas de nossa casa, interpretar tudo da melhor maneira, perdoar acima de tudo e aceitar os defeitos dos outros pois nós também temos defeitos. Com um comportamento desses a nossa vida vai brilhar pois teremos um ambiente mais tranqüilo para viver e mais feliz para todos dentro de nossa casa. O brilho não será uma luz forte mas tão somente a alegria de viver em paz por termos nos aproximado da palavra de Deus, ou seja do próprio Deus.
No relacionamento entre amigos quando por vezes nos desentendemos por divergências de opiniões e discutimos com brigas intermináveis por orgulho e ignorância quando ninguém quer se dar por vencido. A nossa convivência vai ficando ruim, tumultuada, cheia de conflitos semelhante a um dia nublado em que se aproxima um temporal que causa estragos. Com o contato com a Palavra de Deus, a sua glória, nossa vida passa a brilhar novamente feito um dia de sol, pois colocaremos em prática os ensinamentos das Sagradas Escrituras que sempre, em todo momento beneficiam a nossa vida.
Isso se estende da mesma forma para nossa vivência com Deus e Jesus Cristo. Quando afastados deles nosso brilho da vida vai se apagando, precisamos tão logo nos aproximarmos dele para renovar nossas forças e ter uma nova dose de sua glória, a fim de refletirmos aos outros esse brilho que alegra e tranqüiliza a nossa vida.
Quando os conflitos estiverem fazendo parte de nosso dia a dia, falta de paciência e dificuldade de perdoar nosso próximo podemos estar certos de que o brilho de Deus está se apagando de nossa natureza humana.
O pecado os apaga este brilho e insiste em nos deixar longe de Deus, mas o arrependimento e o perdão oferecidos por Jesus Cristo na cruz do calvário para nosso benefício nos dá novamente esse brilho que não é nosso mas de Deus que por amor a todos nós alcança a sua glória para nossa vida através de seu amado filho Jesus Cristo.
A cada dia precisamos renovar esse contato com a divindade através do estudo de sua Palavra e contato com seus sacramentos. Podemos renovar a glória de Deus em nossa vida quando participamos de um momento em que sua Sagrada Escritura é lida e ensinada, ou seja, nos encontros do povo de Deus nas igrejas a qual pertencemos.
Dessa forma teremos uma vida brilhante com um relacionamento sincero entre os irmãos, sem interesses egoístas e um contato direto com Deus por seu filho Jesus Cristo.
Sejamos um reflexo da glória de Deus em nossa vida através do contato com seu filho Jesus Cristo que entregou a própria vida compartilhando a sua glória por amor a nós todos.
Eu os convido a orar:
Querido Pai Celeste, a tua glória brilha com toda a força por causa do teu poder e imenso amor por nós. Faça com que sejamos reflexo dessa glória no convívio com outras pessoas para que também os demais percebam que somos povo do teu rebanho. Perdoa nossas falhas que apagam esse brilho. Renove a cada dia tua glória em nós e nos utiliza como instrumentos no trabalho de tua Igreja. Por amor de teu filho Jesus. Amém.
Meditação sobre Gênesis 22.1-18
“Então (Abraão) disse aos empregados: — Fiquem aqui com o jumento. Eu e o menino vamos ali adiante para adorar a Deus. Daqui a pouco nós voltamos.” (v5)
Em toda a Escritura Sagrada existem histórias impressionantes.
A que mais chama atenção por expor a agonia humana é o relato de quando Deus colocou Abraão a prova e pediu como testemunho de sua fidelidade que seu servo oferecesse seu próprio filho como sacrifício a Deus.
Imaginem a agonia de Abraão quando teve que levar seu próprio filho para ser morto em nome de Deus. Seu único filho seria perdido em obediência a Deus.
Podemos até pensar que Deus estava brincando e uma brincadeira de muito mau gosto em pedir uma coisa dessas. É claro que ele poderia ter pedido qualquer outra coisa, pois afinal de contas ele é Deus, que inventasse outra forma de se agradar sua divindade. Mas não! O relato de Gênesis 22.1-18 apontam que era assim mesmo.
O que mais impressiona nesse relato da Sagrada Escritura é que Abraão nem sequer questionou a Deus por sua extravagância. Por mais absurdo que isso pudesse ser ele seguiu as ordens e foi em direção ao altar de Deus para oferecer seu próprio filho como sacrifício.
Havia levado todo o preparo com a faca para matá-lo, a lenha para fazer o fogo e queimar o corpo do seu próprio filho. Amarrou a criança sobre a pedra para ser imolado e ergueu a faca em direção do seu filho querido.
Porque isso? O que justifica essa atitude?
Há apenas uma resposta que podemos resumir em uma palavra: Fidelidade.
Fidelidade de Deus com seus filhos e fidelidade do povo em relação ao seu Deus.
Vamos analisar os fatos desde o princípio a fim de que tenhamos uma visão mais ampla do que realmente estava sendo feito naquele momento entre Deus e Abraão.
Há muito tempo Abraão havia sido chamado para ser profeta de Deus e ele aceitou sendo que Deus o havia prometido que colocaria em sua boca as palavras que havia de dizer ao povo.
Abraão se mostrou solícito e pois confiava em Deus em lhe auxiliar na difícil tarefa de guiar o povo de Deus. Deus da mesma forma estava confiando na fidelidade de Abraão em seguir as suas ordens. Em outro momento Deus prometeu que Abraão teria filhos e ele mesmo não acreditando no início por ser bastante velho, esperou a providência divina. Deus da mesma forma o havia confiado ser o Pai de muitas nações.
Em outro momento a fidelidade mútua estava em jogo e extremamente viva. No dia em que Deus pediu para que seu servo Abraão oferecesse seu filho com sacrifício a ele. Tanto Deus como Abraão foram fieis nas suas ações. Deus é fiel sempre isso nós sabemos, mas e nós. Somos fieis a Deus e confiamos nele de forma incondicional.
Vamos observar o que Abraão fez naquele dia.
Chamou seus empregados, preparou tudo para o sacrifício, montou em seu animal e foi até o local preparado para o sacrifício. Quando estava no pé do monte onde havia o altar do sacrifício ele deu uma ordem aos seus empregados quando pegou seu filho e subiu para cumprir a sua missão.
Gênesis 22 verso 5 nos apresenta a confiança incondicional que Abraão tinha em seu Deus e Pai. Ele diz aos seus servos: Fiquem aqui com o jumento. Eu e o menino vamos ali adiante para adorar a Deus. Daqui a pouco nós voltamos.
Nós voltamos. Percebam que desde aquele momento o Servo de Deus já sabia que haveria de voltar com seu filho pois confiava na fidelidade de Deus que nunca o havia deixado na mão. Observem que depois o menino que seria morto pelo próprio pai pergunta onde estava o cordeiro para o sacrifício e seu pai responde a tão conhecida frase bíblica do versículo 8: Deus proverá.
A confiança de Abraão é um grande exemplo de fidelidade a Deus que nos coloca nesse momento de meditação em um questionamento muito sério?
Até onde vai nossa confiança em Deus? Será que também dizemos a nós mesmo que Deus vai providenciar a salvação para nossos problemas, a solução para nossas dúvidas, a orientação para nossa caminhada que é tão cheia de decisões difícieis? Dizemos nós mesmos que Deus proverá a solução para nossas piores situações ou já perdemos as esperanças e não nos resta dúvidas de que tudo já está perdido.
Quando Abraão diz aos seus servos “nós voltaremos” ele estava na plenitude de sua confiança em Deus e por mais difícil que seria para ele ter de amarrar seu filho e fazer valer o sacrifício ordenado por Deus ele sabia que não seria naquele momento abandonado por seu Criador.
Essa confiança nos motiva a confiar também em Deus que está sempre ao nosso lado e promete auxílio em todo e qualquer momento de nossa vida.
Somos desafiados todos os dias a enfrentar dificuldades que muitas vezes nos tentam a sairmos de perto de Deus e não confiar mais nele.
Perguntas que fazemos do tipo: Onde está Deus durante o meu sofrimento? Onde está Deus que não protegeu minha família? Onde estava Deus enquanto eu chorava de medo e dor?
Ele mesmo nos responde essa questão quando inspira o Apóstolo Paulo a escrever na Carta aos Romanos 5. 3 e 4 “E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência tráz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança.”
Nesse contexto podemos ficar descansados pois mesmo que estivermos passando por momentos de sofrimento e nos sintamos aparentemente abandonados por Deus ele jamais nos deixa desamparados. No caso de Abraão foi ao extremo. No nosso caso ele tem compaixão e misericórdia e sempre nos acompanha.
Jesus Cristo é a maior prova de desta grande verdade pois ele mesmo, o único filho de Deus se entregou para pagar por nossos pecados e nos livrou do poder da morte e da condenação eterna. Quando parecia que tudo estava perdido, que Cristo estava morto e vencido, ele apareceu em glória ressuscitado e vivo para nossa alegria e salvação.
Cada um de nós é confrontado com momentos de sofrimentos e provações, porém jamais estamos sozinhos, estamos acompanhados de um Deus que providencia tudo o que for necessário para que jamais percamos nossas esperanças.
É claro que somos tentados a pensar que fomos abandonados, mas semelhantes a Abraão podemos confiar que Deus proverá tudo para a nossa sobrevivência nesse mundo.
Sejamos gratos a ele também pelas provações, pois nelas é que fortalecemos a nossa confiança nele e em conseqüência aumentamos a nossa fé para salvação.
Eu os convido a orar:
Querido Deus e amado Pai celeste, quero te agradecer por ser sempre um Deus que providencia tudo para minha vida. Diversas vezes duvido de tua fidelidade, por eu mesmo não ser fiel como deveria. Aumenta em mim a confiança em teu santo nome e reforça em mim a fé para salvação. Por Jesus Cristo teu único filho que se entregou para nossa salvação. Amém.
Meditação sobre 1º Coríntios 10.31
“Portanto, quando vocês comem ou bebem, ou fazem qualquer coisa façam tudo para a glória de Deus.”
Onde é o lugar ideal para servir a Deus?
Poderíamos responder que o melhor lugar para servir a Deus é dentro de uma igreja.
Qual é a melhor atitude que podemos ter para servir a Deus de forma mais digna e que sirva para sua glória?
Igualmente poderíamos dizer que é fazendo uma grande oração, falando de Jesus para outras pessoas ou até mesmo contribuindo com uma grande quantia em dinheiro para a comunidade na qual se é filiado.
Interessante perceber que a grande maioria das pessoas faz questão de em determinados momentos da semana ser um cristão exemplar. Sabe quando? Da porta da igreja para dentro e exatamente no tempo em que estiver acontecendo a missa ou o culto. Por mais ou menos uma hora e meia no sábado ou domingo. E de preferência não todos os finais de semana.
Cantam-se hinos de louvor ao nosso Deus triúno, fecha-se os olhos no momento da oração, com um grande sorriso entrega-se a oferta no prato que é gentilmente passado por uma pessoa da diretoria ou levado no altar mesmo e segue a cristandade enquanto o ministro segue a liturgia. Até se responde um sonoro sim quando do arrependimento dos pecados, pois todos confessam em conjunto na tradição de nosso lecionário.
Não estou criticando a liturgia nem a tradição, mas a nossa disposição de sermos cristãos da porta da igreja para dentro.
Tão logo se ouve o amém ao final da celebração e a fumaça das velas ainda não se dissipou voltamos ao lugar comum do nosso dia a dia em que muitos momentos somos levados a enganar, mentir, prejudicar, ganhar vantagem, corromper e se deixar corromper como se isso fosse a regra natural da vida. Se bem que em muitos momentos parece que é.
Dentro da igreja ouvimos lições de perdão que lá fora, no convívio com quem nos ofende temos imensa dificuldade para colocar em prática. Porque perdoar para o mundo é levar desaforo para casa e isso não se admite.
Dentro da igreja aprendemos lições de honestidade e dedicação pelo próximo que na rua somos forçados a não exercer pois quem é muito honesto e dedicado acaba sendo passado para trás ou é usado como capacho dos outros.
Dentro da igreja cantamos hinos de testemunho e louvor e na parte externa da igreja temos vergonha de assumir nossa fé, nos escondendo em desculpas das mais diversas, pois servir um Deus pode ser visto como coisa de crente e isso para muitos é vergonha.
Paciência, fidelidade, amor, sinceridade, enfim tantas lições que são ensinadas dentro de um ambiente que é visitado uma vez ou duas por mês durante uma hora e que se torna tão difícil de ser colocado em prática.
A pergunta do início ainda permanece: Onde e o melhor lugar para servir a Deus? Será mesmo que é só dentro da igreja? Não há nenhum outro lugar para que isso possa ser feito.
O apóstolo Paulo nos dá uma indicação de onde mais podemos fazer isso: “quando vocês comem ou bebem, ou fazem qualquer coisa façam tudo para a glória de Deus.”
É interessante percebermos que mesmo não estando dentro da igreja na hora da celebração os cristãos estão sempre louvando a Deus.
Em casa quando nos comportamos com paciência diante de nossa família estamos fazendo isso para louvar a Deus que nos deu esta família e espera que os tratemos bem.
Quando estamos trabalhando e somos dedicados ao patrão, honestos nos negócios e aplicamos os nossos ganhos para o nosso bem e o bem de nosso semelhante, sem gastar em vícios ou jogar dinheiro fora com coisas desnecessárias, estamos fazendo isso para valorizar a oportunidade de trabalho e nossos ganhos e assim louvando a Deus.
Ajudando nosso semelhante a se recuperar de um problema na vida quer seja de saúde ou financeiro sem querer nada em troca, por caridade, o fazemos para louvar a Deus que nos colocou nesse mundo e espera que sejamos instrumentos de sua bondade.
Esses e vários momentos podem ser utilizados para louvar a Deus e nenhum sequer foi feito dentro de uma igreja no momento da celebração. Foram na rua, no dia a dia, em nossa casa e em nossa vida.
Façamos tudo, tudo mesmo pensando em louvar a Deus, para que as nossas vidas sejam como uma grande oração.
A fim de alcançar esse objetivo esperado por Deus mesmo precisamos aprender cada vez mais a sua Santa vontade através do ensino bíblico, leitura da Palavra de Deus e acima de tudo arrependimento, pois falhamos constantemente e Deus quer nos perdoar.
Na realidade entramos na igreja por alguns minutos a fim de aprendermos como louvar a Deus em nossas vidas e para fortalecer a nossa fé. Não somos verdadeiramente cristãos somente dentro de uma igreja. Essa missão se completa quando nos dirigimos ao mundo e testemunhamos a fé que está dentro de nosso coração que foi dada por Deus Espírito Santo e nos capacita a louvarmos a Deus em todo e qualquer lugar.
Sejamos instrumentos de Deus a todo instante, seja comendo, bebendo ou fazendo qualquer coisa, mas que seja feito tudo para a glória de Deus.
Eu os convido a orar.
Bondoso Deus e pai, obrigado por teres nos escolhido para fazermos parte do teu povo. Somos pecadores e constantemente erramos, mas tu nos capacitas a te servir com a dignidade de Jesus Cristo que se entregou para nossa salvação. Guia as nossas atitudes para te louvarmos em qualquer lugar. Por Jesus Cristo, nosso exemplo, Amém.
Meditação sobre Isaías 40.29-31
“Os que confiam no SENHOR recebem sempre novas forças.”
Você alguma vez já se sentiu cansado da vida que leva? Cansado de ter que fazer sempre as mesmas coisas e alcançar sempre os mesmos resultados. Cansado de batalhar e não alcançar os resultados desejados chegando a conclusão de que os esforços não valeram a pena? É extremamente desanimados e desencorajador passar por uma frustração. Tanto faz se é na vida profissional, pessoal ou social. O desânimo chega abatendo a nossa vida e nos coloca pra baixo.
Ainda mais quando vemos nossos esforços não serem reconhecidos pelos outros que nos rodeiam. Uma mãe que não é reconhecida por seu filho. Um marido que não é valorizado pela esposa. Um funcionário que é desprezado pelo seu patrão, enfim, inúmeros são os exemplos dos quais nem gostamos de lembra muitas vezes.
Há quem faça por merecer, que não move um centímetro do seu entusiasmo para melhorar. Por pura teimosia permanecem inertes e insistem em fazer sempre do mesmo jeito. O correto é aprender com a vida e quando percebemos quem não se ajuda, podemos dizer assim, é claro que se justifica a sua desvalorização e desmoralização.
Mas falo aqui de quem se esforça sim, e mesmo assim não consegue ser reconhecido e valorizado.
Isso acontece pois vivemos em um mundo dominado pelo pecado em que a injustiça prevalece nos mais diversos setores da sociedade.
Há casos em que ser honesto é sinônimo de fraqueza e estar em dia com dívidas e ceder dos nossos interesses para auxiliar aos outros é visto como sujeição, ou seja, atitude típica de quem se deixa dominar.
E por isso vemos quem desiste de ser honesto e correto pendendo para o lado da malandragem, por assim dizer, afim de não contrariar a maioria. Pessoas que mesmo não querendo acabam concordando com o erro alheio por interpretar que a maioria faz assim e não adianta andar na contramão. Perde-se o ânimo e desencoraja-se qualquer um que tente ser correto. Perdem as forças e desanimam. Parece até eu se está sozinho lutando contra todos.
Há uma boa noticia entremeio a essa grande avalanche de desmotivação.
O profeta Isaías também vivia em um tempo em que as pessoas estavam a cada dia mais longe de Deus e afastados de sua santa vontade. E acreditava que não valia mais a pena lutar por divulgar a verdade sobre Deus. Todos estavam definitivamente destinados a sua destruição por causa dos seus pecados, mas inspirado por Deus ele renova suas forças na promessa divina.
Aqueles que confiam no Senhor recebem novas forças.
Essa promessa vinda do próprio Deus é um alívio para nossa árdua luta na contramão da sociedade que insiste em se afastar cada vez mais do Pai Eterno.
Aqueles que confiam no Senhor tem suas forças renovadas a cada dia e ganham ânimo para lutar contra as forças do mau.
É uma luta difícil, sim pois nos sentimos abandonados e extremamente incapazes de vencer essa difícil tarefa, porém não estamos sozinhos, contamos com a maior e melhor ajuda, a de Deus mesmo que prometeu estar do nosso lado e nos auxiliar em toda e qualquer situação.
Quando nos depararmos com fatos que aparentemente não tem solução e por causa da maldade de outros sermos prejudicados, não desanimemos pois Deus luta ao nosso lado e no devido tempo vamos vencer.
Essa certeza é tão viva e tão clara pois foi provada efetivamente na vida e obra de Jesus Cristo. Ele viveu nesse mundo na contramão da vontade humana. Onde havia maldade ele ensinou a bondade, onde havia ódio pregou a paz, onde estava estabelecida a destruição ele estabeleceu a reconstrução e venceu a batalha, pois contava com Deus a lutar ao seu lado.
Assumiu a maior tarefa de todas, carregar nossos pecados e limpá-los com seu sangue.
Portanto, não desanimemos em momento algum. Quando as nossas forças parecerem que estão se acabando, olhemos para o alto e vejamos que Deus está a nos proteger e nos amparar com sua mão poderosa.
Lembrem-se sempre: Os que confiam no Senhor terão sempre novas forças.
Eu os convido a orar.
Bondoso Deus e amado pai eterno, desanimamos muitas vezes em lutar contra a vontade corrupta do mundo e contra a nossa própria vontade de pecar. Fortaleça nosso ânimo e abasteça nosso coração de coragem para enfrentarmos essa luta, pois contamos sempre com a tua ajuda.
Por Jesus Cristo a nossa força. Amém.
Meditação sobre 1 Coríntios 8.1-13
“Tenham cuidado para que essa liberdade de vocês não faça com que os fracos na fé caiam em pecado. “
Eu faço porque eu posso! A vida é minha e ninguém tem nada a ver com isso!
Essa expressão de grande autoritarismo em relação a própria pessoa é muito comum ser ouvida em meio a uma discussão sobre o comportamento prejudicial de algumas pessoas.
Quem fuma gosta de dizer aos outros: A vida é minha e eu pago as minhas contas. Quem bebe muito também afirma com grande orgulho: - A vida é minha, eu paro quando eu quiser!
E até se houve essa mesma explicação quando um filho sai de casa e volta muito tarde da noite deixando seus pais preocupados. A vida é minha, eu já tenho idade pra fazer o que bem entender.
É verdade. A vida é minha, a saúde é minha e as contas sou eu quem pago. É tudo realmente verdade. Até porque os casos mais difíceis de serem aconselhados ocorrem quando a pessoas ainda tem saúde, ainda tem dinheiro e ainda tem um pouco de dignidade. Nesses casos pensa que a estabilidade financeira e a maioridade no caso dos jovens servem para usar e abusar da liberdade.
O apóstolo Paulo alerta. Cuidado para que esta liberdade que vocês tem não seja motivo de levar alguém a cometer pecado.
Um alerta um tanto interessante em um mundo onde as pessoas pensam ser independentes acreditando que suas atitudes não prejudicam ninguém. Pois a vida é minha, faço o que eu quero, dizem com orgulho e arrogância.
Esquecem de um pequeno detalhe. Somos colocados nesse mundo para vivermos em sociedade, em grupos chamados de família. Nenhum ser humano pode viver sozinho. Todos precisamo cedo ou tarde de outras pessoas e para isso precisamos cuidar muito com nossas atitudes e o uso de nossa liberdade.
Quem fuma ou bebe em demasia é claro que paga as suas próprias contas, pois trabalhou para isso e tem o direito, sim de aplicar onde achar conveniente. Tem essa liberdade. Porém se for um pai de família o dinheiro que aplica em cigarros, bebida e festas até altas horas poderia muito bem ser aplicado no bem estar dos filhos, na manutenção da casa. No conforto e segurança do lar. Pois não percebemos, mas é uma grande quantia em dinheiro que é desperdiçada em nossos vícios. Completamente desnecessário.
A maioridade é outro momento em que os jovens tem a vontade de abria asas e voar pelo mundo fazendo tudo aquilo que não puderam enquanto a idade não permitia. Não e o tempo físico, ou seja, a idade no documento que determina se um jovem é responsável ou não, mas o seu amadurecimento gradativo enquanto se depara com desafios da vida adulta.
Isso não significa que agora que tem 18 anos não precisa dar satisfação para seus pais de onde vai ou o que faz.
Pensem o caso de um jovem que tem 18 anos, fez carteira de habilitação, não avisa seus pais de onde está indo e por uma infelicidade se envolve em um acidente. Seus pais nuca vão desconfiar que o rapaz pode estar precisando de ajuda em um hospital, pois não disse a que horas pretendia voltar, ou nem mesmo onde é que estaria aquela noite.
Todos nós precisamos uns dos outros e quando ofendemos outras pessoas e temos um comportamento violento, corre-se o risco de precisar de auxílio algum dia e as pessoas virarem as costas para nós, tendo na mente as inúmeras vezes em que a violência foi a única forma de contato.
A nossa suposta liberdade pode levar outras pessoas a cometer pecado e quanto a isso devemos ter um enorme cuidado.
Somos livres sim, para tomarmos nossas decisões, mas não podemos esquecer que a nossa liberdade termina exatamente onde inicia a do outro. Não podemos pensar que somos donos da verdade e esquecer que vivemos na dependência de relações com outras pessoas. Ninguém e uma ilha isolada no meio do oceano que não precisa de ninguém.
Nossa liberdade pode ser utilizada para tomarmos nossas decisões e aumentarmos nossas amizades, melhorar nossa confiança e acima de tudo apresentar nossa via para Deus com orações e estudo de sua santa Palavra.
Eu faço o que eu quero! Sim. Desde que não prejudique aquele que está ao meu lado do qual algum dia eu ainda vou precisar para meu auxílio.
Que Deus nos oriente e sejamos bons exemplos do bom uso de nossa liberdade. Pois somos livres para servir a Deus e livres para viver em harmonia aqui nesse mundo enquanto aguardamos a eternidade.
Eu os convido a orar.
Bondoso Deus e amado pai. Te agradeço por minha liberdade. Seis que não a utilizo do modo como deveria abusando muitas vezes dessa liberdade e prejudicando outras pessoas e a mim mesmo.
Te peço orientação para fazer sempre melhor. Perdoa minhas falhas.
Por amor de Jesus Cristo amém.
Meditação sobre Salmo 139.1-10
“Deus conhece meu coração. Cada momento Deus sabe.”
Já escutei uma mãe chamando a atenção do seu filho que havia aprontado uma mal criação com a seguinte frase: - “Não faça isso meu filho, Deus tá vendo!”
A intenção da mãe é repreender o filho e aproveita para chamar Deus por testemunha dos atos que a criança pensa estar fazendo sem a supervisão de ninguem, escondido. Mas será que é verdade que Deus está vendo tudo que fazemos no nosso dia a dia?
A primeira impressão parece que esta idéia é infantil e serve bem para amedrontar uma criança que fez uma arte. Se ela acreditar que não está sozinha, que há alguém de vigia a observar seus passos, terá de pensar duas vezes antes de executar uma maldade. Será mesmo que é assim?
Observando a sagrada escritura percebemos que Deus tem algo a dizer sobre esse assunto e uma de suas qualidades faz referência exatamente a este aspecto.
A mãe quando aponta Deus como um vigia a observar as nossas atitudes está dando um importante recado ao seu filho, e para nós também nesse momento de devoção.
Deus está vendo sim. E sempre esteve, não somente quando fazemos coisas erradas. E não é somente para crianças mal criadas, mas a todas as pessoas da face da terra a todo tempo, tanto os crentes quanto os descrentes.
A sagrada Escritura nos mostra essa verdade dando uma noção de quando Deus faz isso e de que forma ele exerce esse cuidado sobre as nossas atitudes.
A leitura do Salmo 139 nos apresenta um Deus que é onisciente e onipresente, isso quer dizer que ele sabe todas as coisas e está em todos os lugares. O fato de Deus saber de tudo nos coloca em uma situação de extremo alerta quanto aos nossos pensamentos, palavras e ações. No texto do salmo 139 verso 4 aparece até onde alcança a sabedoria de Deus. O Rei Davi escreve: “Antes mesmo de eu dizer qualquer palavra com a minha boca Deus já sabe o que eu vou dizer.” Até meus pensamentos Deus está sabendo, também minhas atitudes e a conseqüência delas.
Pode parecer invasão de nossa privacidade e uma tremenda falta de liberdade o fato de termos Deus em constante vigilância sobre nossa vida e até pensamentos. Parece mas não é. Representa uma ameaça somente para aqueles que insistem em desobedecer a Santa vontade de Deus e como conseqüência terão de responder por suas atitudes erradas e prejudiciais, pois essas Deus está vendo. Mas para os cristãos, o povo escolhido de Deus, as pessoas que confiam no Senhor Jesus como seu salvador pessoal, essa informação é extremamente confortante e tranqüilizadora.
É comum as crianças pequenas brincarem em parques e praças sob a vigilância dos pais. A criança fica tranqüila, pois sabe que o pai está por perto, tanto é que enquanto brinca, olha diversas vezes para ver se seu pai ainda está ali. Certificando-se disso abaixa a cabeça e continua a brincar com segurança.
Da mesma forma acontece com o povo de Deus. Saber que temos um Deus que nos observa e está vigiando os nossos passos, nossos pensamentos e atitudes é extremamente confortante, pois sabemos que essa proteção é benéfica e indispensável. Não nos constrange nem um pouco saber que Deus conhece nosso coração, e sabe cada momento de nosso dia a dia. É muito bom que seja assim, uma vez que Davi mesmo conclui n versículo 10 do salmo 139 “Mesmo que eu esteja no meio do mar ou no mais alto dos céus, a mão de Deus estará lá para me guiar e me proteger. Igual a uma criança que fica tranqüila e em paz sabendo que seu pai está a lhe observar.
Não é uma invasão de privacidade, mas é proteção plena e verdadeira exercida por Deus por amor aos seus filhos queridos.
Mesmo que façamos coisas erradas, o que ocorre constantemente, o pai celeste conhece nossos defeitos e tem paciência com relação a isso. Além de ser onisciente, saber tudo e onipresente, estar em todos os lugares, Deus também é paciencioso e nos oferece o seu perdão todos os dias que confessamos nossos pecados e humildemente arrependidos nos voltarmos à ele.
Jesus Cristo esteve nesse mundo e viveu junto com as pessoas a fim de mostrar de modo vivo e pleno a presença de Deus ao nosso lado. E no momento em que foi ao céu, na ascensão reforçou a promessa que aparece no salmo 139. Ele disse: “Eis que estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” Essa atitude de Deus de forma alguma é invasiva ou constrangedora, mas é muito boa e extremamente necessária. De outra forma, não viveríamos nem um dia sequer.
Deus conhece cada movimento que fazemos, não podemos esconder nada dele. Nem sequer os pensamentos, pois ele conhece todos.
Quando uma mãe disser ao seu filho que não deve fazer coisas erradas porque Deus está vendo, ela está completamente certa, pois é a mais pura verdade, mas poderia acrescentar mais uma verdade a essa repreensão. Ela pode dizer ao seu filho: “Deus está vendo, porque nos ama.”
É bom viver com essa certeza pois o melhor que poderíamos querer é a companhia do bom e misericordioso Deus Pai todos os dias de nossa vida e por toda a eternidade.
Eu os convido a orar:
Querido Deus e amado Pai celeste, obrigado por tua vigilância que exerce carinhosamente sobre nós. Somos incapazes de viver sozinhos. Esteja sempre ao nosso lado. Por amor de teu filho Jesus Cristo, nossa melhor companhia. Amém.
Meditação sobre Gênesis 1.1-5
"Tudo era muito bom."
Todas as criações de Deus conforme a narrativa do texto de Gênesis ele mesmo descreveu a sua opinião. Era tudo bom. Feitura de suas mãos e projetado para receber a vida este mundo nos foi entregue completo e em perfeita harmonia. Tanto é que Deus o apresenta como bom, pleno, capaz de manter e sustentar a vida.
O que o futuro os reserva, sendo que em muitos aspectos a nossa interferência humana tem deixado esse mundo não mais tão bom assim como era no princípio?
O Criador, alem de fazer um mundo bom ainda nos colocou nele com a possibilidade de aproveitarmos todos os benefícios que existem. Recursos naturais para gerar energia, alimento das plantas, animais que se permitem domesticar a fim de servirem tanto para o trabalho como para companhia, paisagens deslumbrantes e ambientes agradáveis, um verdadeiro paraíso como descrevemos alguns lugares onde a natureza é exuberante e com praticamente nenhuma interferência do ser humano.
Ao descrever o mundo como um lugar bom Deus considerava que aquele lugar era, não é mais, perfeito, pleno e cheio de oportunidades. E isso demonstra a verdadeira intenção de Deus para conosco, pois ele fez o mundo tal como conhecemos para ser nossa habitação. Deus fez o mundo para nós. Ele queria que todos vivessem num lugar muito bom e fossem felizes.
Isso mostra um Deus de amor que desenvolve o seu trabalho em prol das pessoas, pensando no bem da humanidade e na satisfação das pessoas.
No entanto, quando o homem se deu conta de que poderia tirar proveito desse ambiente tão rico e exuberante, não percebeu que esse comportamento poderia trazer riscos.
As árvores servem para produzir frutos, sombra, filtrar o oxigênio, tem características medicinais enfim, são boas para nossa sobrevivência. Mas a interferência do ser humano transformou a sua utilização com desmatamento, poluição e extinção de algumas espécies. A interferência do homem não é boa.
O mar tem como objetivo servir de abrigo para inúmeras espécies de peixes e até mamíferos e aves, pode ser navegado servindo de caminho para conduzir pessoas pelo mundo, mas a ação do homem trouxe vazamentos de óleo, pesca predatória e em muitos lugares fez do mar um enorme depósito de lixo. A interferência do homem não é boa.
A família foi instituída por Deus lá no momento da criação com as primeiras pessoas e lhes possibilitou viverem em plenitude um do outro para a sua alegria e prazer, e hoje arrisco em dizer mas a grande maioria das famílias passa por momentos de discussões ou enfrenta algum problema de relacionamento motivado em grande parte por pura ganância. A postura do homem não está sendo nada boa.
Aqui poderia citar mais exemplos da intervenção do ser humano na criação de Deus que havia deixado tudo para nossa alegria e felicidade, porém acabamos por reverter o que era originalmente bom e prazeroso, para algo não tão bom assim por causa da maldade e indisciplina que habitam em nosso coração, introduzidos pelo diabo e seus anjos maus.
As pessoas não conseguem mais conviver em harmonia, tem seus relacionamentos afetados por causa da ganância e se deixam corromper na busca por poder, que na verdade nem lhes pertence. E o que era bom acaba se tornando até mesmo prejudicial. O que era para ser perfeito se torna estragado.
Iniciamos mais um ano e nos perguntamos o que o futuro nos reserva sendo que o que era bom acaba por ser transformado em ruim por nossa interferência?
Assim como Deus providenciou um mundo bom para nossa alegria e satisfação, as Escrituras revelam que ele providenciou uma forma de reverter essa nossa incapacidade de administrar o seu mundo e a nossa vida. Pela ação de Deus o que tinha ficado ruim se transforma em algo bom novamente.
Seu filho Jesus Cristo veio a esse mundo na intenção de consertar as coisas a fim de podermos viver em harmonia uns com os outros, a natureza e com ele mesmo.
Jesus Cristo lembrado no Natal viveu aqui e conheceu exatamente onde está a nossa maior fraqueza e viu exatamente onde estamos falhando, e o mais importante, Jesus Cristo nos trouxe um exemplo a ser seguido quando assumiu todos os nossos pecados e se entregou na cruz para nossa salvação.
Sendo assim, o que estava ruim, o pecado que estragou nossa vida aqui no mundo e continua interferindo a cada novo dia nos condenando a morte e afastamento de Deus foi vencido pela ressurreição de Jesus, algo providenciado por Deus e que podemos sim chamar de Muito Bom.
A presença de Jesus nos liga novamente com Deus e apesar de nossos erros e a insistência em tornar ruim o que foi feito bom, podemos nos arrepender do que fazemos, assumir nossos erros, tentar o máximo possível não os repetir e seguir o exemplo de Jesus que foi bom em toda a sua vida.
2012 está aí, aguardado e muito comemorado para ser desfrutado, obra das mãos de Deus e sendo assim, um ano novo muito bom.
Basta apenas deixarmos Deus agir em nosso coração e em nossa vida e pelo menos tentar não transformar este ano que é bom em algo ruim.
Procuremos saber qual é a vontade de Deus e conhecer a vida de seu filho Jesus Cristo para vivermos um ano bom que inicia, pois foi assim que Deus o concedeu, da mesma forma como tem feito todas as coisas.
Estamos no princípio, e no princípio tudo era bom.
Que Deus mantenha este estado das coisas até o fim.
Meditação sobre 2 Coríntios 5.7
" E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas."
Até o último dia do ano é comum as pessoas acertarem suas contas com quem tem dívidas e melhorarem o humor com quem está de mal. Aquele desafeto durante o ano recebe um minutinho de conversa amigável até o dia de hoje. Pois se tenta iniciar o ano novo com tudo em paz. Sem dívidas e com a consciência tranqüila. Há quem faça isso sinceramente e do fundo do coração põe fim as discussões e dívidas do ano e acaba por perdoar, ser perdoado, saldar a dívida que há muito estava pendurada e inicia o novo ano bem, porém há quem faça isso só da boca pra fora, na intenção de disfarçar o rancor mas no fundo do coração ainda alimenta mágoas e ressentimentos.
Quem assiste tudo isso fica perplexo e até se admira que o fulano está conversando novamente comigo. Ou agora no último dia ele veio pagar aquela conta... O que houve que mudou tanto?
É difícil julgar os outros não temos como saber se é sincero ou não, mas em mim, posso fazer um exame de consciência. Eu posso avaliar o meu coração e o dia de hoje serve muito bem para se fazer um balanço geral do que foi e o que deixou de ser o ano de 2011.
Vitórias, conquistas, objetivos alcançados são enfileirados em nossa memória e acabamos por lembrar com satisfação de tudo que passamos e realizamos. Uma formatura, um emprego, um amor, uma amizade. Nesse último dia o saldo acaba sendo positivo. No entanto podem ter havido desilusões, frustrações e muitas coisas ruins a se lembrar. A morte de alguém querido, uma discórdia afetiva, uma traição. Coisas que gostamos de não lembra e que fazem a balança pender para o lado negativo. Ficamos tristes. Preferimos esquecer.
Fato é que vivemos este 2011 da melhor forma que podíamos e buscamos na medida do possível fazer o que sabíamos com os recursos que tínhamos no momento. Talvez não fizemos tudo que queríamos, mas certamente foi o melhor que podíamos e agora não é hora de lamentar, mas de olhar para frente e iniciar o próximo ano com disposição e confiantes de que vai ser melhor.
Há muitos projetos a serem colocados em prática. Mais um ano de aulas, mais uma safra, mais um período de convivência em família, tudo isso nos espera. Cabe a nós olharmos o futuro com disposição e otimismo. Quanto ao que aconteceu deve servir de aprendizado a fim de melhorarmos. Tentar não repetir os erros. Não seguir as desilusões. Não deixar de viver por causa das mágoas. Podemos sim fazer diferente, darmos uma chance pare sermos novos. Novas pessoas. Novas criaturas.
Pois o próximo ano está todo aí na frente pronto a ser explorado, vivido e recebido como uma bênção de Deus.
O apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios afirma que podemos renovar nossas vidas de uma forma plena e transformar o passado em algo vivo, mas que faz parte do passado, conforme o próprio nome já diz. Não há como retornar. Passou. Estamos vivendo o novo.
Isso acontece quando nos aproximamos de Deus e permitimos que ele aja em nossa vida com seu poder e seu amor.
Paulo diz: Portanto quem está unido com Cristo é nova criatura, as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas.
Percebam que Paulo não está simplesmente falando para esquecermos as coisas antigas, mas ao lado de Cristo as coisas se fazem novas. Aquela antiga briga, pode se transformar em uma amizade quem sabe. Aquele momento ruim pelo qual passamos pode ser modificado em uma alegria, porque não?! A desilusão com a companhia de Cristo será revertida em uma agradável surpresa. Não quer dizer que tenhamos que reviver os mesmos momentos, não, eles já passaram, mas somos convidados a viver outros, novos, mas agora acompanhados de Jesus Cristo que pelo seu amor divino renova todas as coisas.
Jesus é prova viva de que isso é de fato verdade. A sua vida foi um extremo de humildade e limitações e sua morte trouxe a tona a face mais cruel do ser humano. O pecado que corrompe a nossa existência. Mas isso agora faz parte do passado e a novidade de vida se faz quando tomamos consciência da ressurreição de Jesus, o que é novo e cheio de vida e que renova a nossa esperança neste mundo e na eternidade.
Se 2011 teve seus altos e baixos, nós sabemos e poderíamos enumerá-los todos aqui, mas somos convidados a nos aproximarmos de Jesus Cristo e do seu amor para que 2012 seja novo e abençoado. Não quer dizer que agora tudo vai dar certo, não é isso. As dificuldades servem para reforçar nossa luta diária e as conquistas servem para motivar a nossa disposição. Ao lado de Cristo somos novas criaturas, o que é velho, o passado, já passou, que venha o que é novo.
É um convite direto a que vivamos ao lado de Jesus.
Experimente. Hoje é o último dia do ano. Inicie o novo ano com nova disposição. Utilize o que foi ruim no passado como alerta para não se repetir se é algo que podia ter sido evitado. Cresça com esses momentos aprimore a experiência e coloque Jesus como companhia para o que vem pela frente.
Perdoe sem querer nada em troca, pelo simples fato de você já ter sido perdoado por Deus. Ame sem pensar em recompensas pois Cristo deu a vida por ti por amor. Se dedique pelo simples fato de que isso é a coisa certa a se fazer, não pensando em méritos, pois o Pai eterno dedicou todo o mundo para nossa habitação mesmo nós não merecendo nada. Seja uma nova criatura no ano que inicia. E experimente uma incrível transformação em sua vida.
O que é velho já passou, eis que se fizeram novas. Novas na companhia de Deus.
Meditação sobre João 15.12-17
"Amem uns aos outros."
Eu já escutei um pai falando com o seu filho nesse tom de voz e com as seguintes palavras: - Será que o pai vai ter que repetir? Era o meu pai, e o filho era eu. Certamente o tom da conversa não era muito amistosa e hoje, com pouco mais de 30 anos sei que meu pai tinha razão em falar assim naqueles momentos. O assunto era importante e deveria ficar gravado em meu coração e em minha memória em um lugar privilegiado, a fim de ser lembrado sempre que necessário. E de fato ficou, pelo menos a frase ficou gravada juntamente com a expressão no rosto dele. Eu era pequeno, mas deu certo, aprendi importantes lições que foram ditas e quando mereciam destaque eram repetidas.
Amem uns aos outros assim como eu amei vocês. Vou repetir. Amem uns aos outros.
Dessa forma extremamente pedagógica Jesus Cristo apresenta o seu desejo. Repete para dar peso a sua afirmação e deixar muito claro que era essa a sua vontade. Não era uma informação nova, ou um novo mandamento. Era a repetição do que já havia sido dito por Deus mesmo para Moisés no monte Sinai por ocasião da entrega dos mandamentos, quando ele disse. Ame ao próximo como a si mesmo. Isso está em Leviticos 19,18 e não era nenhuma novidade para aqueles ouvintes de Jesus e é claro nenhuma novidade para nós hoje.
O amor ao próximo é uma das maiores virtudes de qualquer nação e não precisamos pertencer ao mesmo credo para saber que é uma regra universal. Até porque o mandamento descreve algo que é facilmente entendido desde quando somos crianças. Amar do mesmo jeito que eu amo a mim mesmo. Se eu me amo, posso e devo amar o próximo.
É a raiz do ditado popular, faça aos outros o que tu queres que façam contigo. Respeitar para ser respeitado, ajudar para ser ajudado, perdoando para ser perdoado, amando para ser amado.
Até ai nenhuma novidade é a lei universal do fazer o bem para receber o bem em troca. Tanto é universal que até agora nem sequer falamos de religião ou doutrina. Estou até agora relatando fatos.
Jesus Cristo muda essa visão de amor quando substitui algumas palavras nesta repetição do mandamento dado por Deus para Moisés.
Em vez de dizer Ame ao próximo como a ti mesmo, Jesus diz, Amem uns aos outros como eu amei vocês.
Aqui entra um novo ingrediente nessa forma de amar.
Vamos ver cada um desses acréscimos.
Quando Deus para Moisés diz amar o próximo ele se referia as pessoas indistintamente, todos, especialmente as pessoas que não conhecíamos a fim de ajudar e se colocar a disposição com nossos recursos. Isso é a generosidade e a solidariedade que tanto conhecemos e que muitos até mesmo fazem na sociedade. E posso dizer que é o que tem salvo muitas pessoas da miséria. Não fosse a doação solidária de muitas pessoas e a generosidade de boas almas muitos estariam perdidos.
Depois Deus diz "como a ti mesmo." Temos a nós mesmos como parâmetro de amor e nesse caso, quem não gosta muito de si mesmo, quem tem auto estima baixa ou é auto destrutivos esta livres de certa forma de amar os outros, como quem diz: "Depois de arrumar a própria casa é que posso ajudar os outros." Até aí podemos concordar plenamente pois não posso dar ao outro aquilo que eu mesmo não tenho. Se não me amo, como vou amar o outro como ele merece. Tenho de trata essa questão primeiro em mim.
Notem que esses dois aspectos do amor cobrado por Deus na sua lei era bem objetivo e a nossa sabedoria maliciosa acaba conseguindo argumentos suficientes para ignorar até uma ordem de Deus. Somos tão espertos que temos resposta para tudo.
Igual uma criança que quando apronta já tem uma resposta guardada na ponta da língua para justificar o seu erro. Daí o pai se obriga a dizer: Será que o pai vai ter que repetir?
Nesse caso sim. E que bom que ele repetiu.
O mandamento foi dito por Jesus Cristo e com um toque mais humano, pois Jesus foi verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e sabia falar ao nosso coração e quando o pai repete, o filho não tem como escapar. Aquilo fica gravado com um destaque inconfundível, e nos tempos mais antigos com requinte de crueldade acompanhado com algumas palmadas ou um belo castigo.
Não é o caso, Jesus é mais compreensivo e inclusive nos chama de amigos. É mais paciencioso, porém vai direto ao ponto.
Ele diz: Amem uns aos outros, como eu vos amei.
Uns aos outros aqui é muito mais restrito. Amar uns aos outros, é diferente de amar o próximo. Amar uns aos outros "é mais em casa". Jesus estava falando para os seus discípulos e eles deveriam amar primeiro ao seu grupo, a sua família, as pessoas com quem tinham mais ligação, mais intimidade, e é exatamente nesse aspecto que falta muitas vezes amor.
Acreditamos que os de casa não precisam de nossa atenção pois já desfrutam de nossa companhia e isso já basta. Amor é muito mais. É dar atenção de qualidade. Tirar tempo para desfrutar de uma conversa com interesse. Abrir o coração na certeza de que o marido, a esposa, o irmão, o tio estará disposto a ouvir e saberá ajudar, afinal é da minha família e de certa forma tem o mesmo sangue. O que faz uma enorme diferença. E até afirmamos isso quando chegamos num ambiente que nos agrada. Dizemos: Aqui eu estou me sinto em casa! Isso é, sinto prazer, alegria, felicidade.
Quem chega em casa e pode dizer que "se sentiu em casa" no verdadeiro sentido da expressão está desfrutando do amor que impera naquele ambiente e esse é o ideal ensinado por Jesus nesse Evangelho.
E Jesus diz ainda. Amem uns aos outros, assim como eu vos amei.
Nesse ponto chegamos na teologia. Quando sentimos dificuldades e nos justificamos por não podermos ou não sabermos amar os outros e a nós mesmos, Cristo se oferece para ser o exemplo de amor. Amor incondicional, sem limites, que não espera nada em troca. O amor verdadeiro e que é descrito muito vivamente em 1 Coríntios como o amor que não acaba.
Amar assim como Jesus nos amou. É um ideal e tanto. Isso era novo aos discípulos que estavam ouvindo Jesus, pois eles não sabiam até onde ia o amor de Cristo que foi até a cruz, até a última conseqüência. João 13-1 diz que Jesus amou "até o fim".
A medida de nosso amor dentro da família deve ser sem medida. Isso é letra de uma música. A medida do amor é o amor sem medida. E esse amor que parece inalcançável existe. E certamente a família que busca esse objetivo dentro de sua casa, um amor que não vive de cobranças, de pressão, de esgotamento, é um amor que pode ser percebido pelos de fora. Uma família que apesar dos problemas vive em harmonia, se reúne com disposição, se esforça para estar unida e que preserva o bom hábito de conviver.
"Será que o pai tem que repetir". Digamos: Sim. Repita sempre para que o nosso coração lembre dessa importante ordem e mandamento.
Amem uns aos outros assim como Jesus os amou. E grandes bênçãos serão alcançadas também no convívio em família.
Meditação sobre Mateus 22.6
"E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel."
O anúncio da chegada de alguém importante em nossa casa gera uma expectativa que é ao mesmo tempo constrangedora e gratificante.
Constrangedora pois não sabemos exatamente como aquela personalidade irá receber nossa hospitalidade. Será que irá gostar dos aposentos, das refeições e do ambiente que será oferecido em nossa casa? Pode ser que nós mesmos na tentativa de agradar o hospede acabemos constrangendo-o e não o deixando a vontade. Esta espera pode ser um tanto desagradável e não vemos a hora de chegar o momento e ver tudo terminado.
Por outro lado a espera pode criar um ambiente de preparação em que todos da casa se motivam a planejar a chegada do ente querido, daquele que irá sair de sua casa distante, do conforto do seu lar para desfrutar de nossa companhia. Nos sentimos valorizados com a presença de um visitante que escolhe nossa casa para passar alguns dias, demonstrando assim que nos quer bem. Podemos com tempo, planejar alguns pratos especiais para refeições, organizar algum passeio pela cidade a fim de que o visitante se sinta bem acolhido, quem sabe arrumar a melhor cama da casa para que ele se sinta confortável e até deixar os afazeres da casa para outro dia a fim de que possamos tirar um tempo para simplesmente desfrutar da companhia ilustre que está chegando. Um planejamento que antecede a vinda do visitante.
É um tempo de espera. Vivenciado com expectativa nervosa pelos mais preocupados ou com prazer pelos que gostam de receber alguém em sua casa.
Estamos iniciando nesta semana o tempo de advento em nossas igrejas cristãs. O período em que as pessoas se preparam para a chegada de um visitante ilustre e que faz uma grande diferença em nossa vida. Nos preparamos para a chegada do Menino Jesus. E de certa forma até nossa casa acaba mudando de aspecto. Notamos na cidade alguns enfeites, árvores de natal com suas luzes e brilhos, ensaios de programas de teatro para receber com alegria o visitante tão esperado.
Advento literalmente significa "aquele que há de vir" e por isso é um tempo de preparação.
Vale uma avaliação nesta hora quando estamos iniciando o período de espera para a chegada do menino Jesus em nossa vida: como estamos nos preparando?
Há quem esteja visitando lojas de brinquedos e enfeites a fim de chegar no dia de Natal que se aproxima devidamente preparado. Com a mesa farta, um canto da sala cheio de pacotes e as paredes cobertas de luzinhas piscantes. De fato estarão preparados e não haverá dúvida que o espírito natalino já está decretado. No entanto basta chegar dia 06 de janeiro que todos os enfeites voltam para as caixas e serão resgatados somente no advento do ano que vem. Depois da noite feliz restará uma pilha de louças para lavar, restos para congelar e infelizmente uma enorme conta para pagar.
Pensando assim até parece que os enfeites e as festas do natal são algo ruim? Não é exatamente isso que queremos ressaltar. Há uma forma mais apropriada para vivermos o advento que inicia neste final de semana.
Uma forma que permanece em nossa vida mais do que o dia 06 de janeiro e com sinais que ainda se percebem quando todos os brilhos e luzes já foram empacotados.
Falo aqui sobre o advento em nosso coração. A preparação em nossa vida espiritual quanto a chegada do menino Jesus.
Advento, aquele que há de vir para trazer um sentido novo para nossa vida. Um sentido único e incomparável com o qual nos podemos nos preparar em definitivo e no qual o visitante, Jesus Cristo certamente irá se agradar.
Uma vida de arrependimento e humildade. Uma vida de amor a Deus acima de qualquer coisa e ao próximo como a nós mesmos. Uma vida da ajuda e dedicação pelo bem de todos deixando de lado a ganância e a individualidade.
Este é o preparo que podemos fazer em nossa vida. Um enfeite permanente em nosso coração.
O visitante que se aproxima, Jesus Cristo quer encontrar uma casa enfeitada, não de brilhos e luzes, mas uma casa ornamentada com amor, paciência, tolerância e dedicação a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Que este período de festas seja um tempo de preparação e meditação, que saibamos enfeitar nossa vida com luzes do amor que não se apagam, cores da humildade que não desbotam e muito, muito brilho da fé em um Deus que de fato existe e quer o nosso bem.